domingo, 12 de setembro de 2010

Mobilismo X Imobilismo

O embate entre mobilismo e imobilismo (Heráclito X Parmênides) desafiou os filósofos posteriores aos Eleatas. Parmênides e seu discípuloZenão, ambos da cidade de Eléia, usaram a lógica para confundir os defensores do mobilismo. Através do princípio de não contradição de Parmênides (o ser é, o não-ser não é) e dos paradoxos de Zenão sobre a impossibilidade do movimento, foi criado um impasse para explicar racionalmente toda mudança que ocorre na natureza. A conclusão dos filósofos de Eléia sobre a ocorrência do movimento era que este não passava de ilusão dos sentidos.
Como essa conclusão não era satisfatória, alguns filósofos tentaram dar uma explicação que desse conta tanto das observações sensíveis quanto das exigências lógicas dos eleatas. Esses pensadores propuseram a existência não só de um princípio (arché), mas vários. Daí o nome de pluralistas.
Anaxágoras de Clazômena (c. 500-428 a.C.) propôs que todas as coisas eram formadas de infinitos elementos iguais entre si (homeomerias).
Empédocles de Agrigento (c. 450 a.C.), por sua vez formulou a doutrina dos 4 elementos, supondo que os seres têm sua origem na combinação de terra, água, fogo e ar. Os elementos seriam agregados pelo amor (philia) e desagregados pelo ódio (neikos).
 Demócrito de Abdera (460-370 a.C) foi discípulo de Leucipo e aprofundou a doutrina do mestre propondo a existência de partículas indivisíveis (em grego: átomos) de que todas as coisas existentes são formadas. Demócrito fez com que o átomo correspondesse ao ser (imutável e eterno como queria Parmênides) e o vazio ao não-ser. É pelo vazio que os átomos poderiam mover-se, agregar-se e desagregar-se.

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Cada um contrói sua opinião a respeito dessas duas idéias contrárias. Acompanho a idéia de Heráclito. Acredito que nada é igual que num instante anterior, tudo está mudando, tudo está se renovando. Não somos as mesmas pessoas que ontem fomos, nem nosso corpo, nem nossas idéias são as mesmas. Se nada mudasse, se a mudança fosse apenas uma ilusão como acreditava Parmênides, não haveria evolução, tudo estaria como era no passado, o futuro seria como nosso presente é.

Luciano Fernandes - nº 29 - 3A2